terça-feira, 9 de agosto de 2011

Uma Ida ao Dentista

Olha o tamanho da fila do dentista, vai demorar até chegar a minha vez. Mas que coisa mais chata ficar esperando ser atendido, dentre revistas velhas que anunciam a morte de ícone da musica, uma televisão velha ligada na reprise da novela das oito com um volume impossível de ser escutado e o irritante e perturbador barulho da maquina, agindo em algum dente alheio dentro da pequena salinha onde ainda vou estar. Mas o tempo não passa, o que essa pessoa tanto modifica nos dentes que possa demorar tanto? Fico tentando imaginar só escutando os barulhos que atravessam a impecável parede branca do consultório. Vou para a porta lá fora, parece estar mais interessante.
Sentado na pequena “muretinha começo a observar as pessoas que passam de um lado pro outro, em passos largos uns correm contra o tempo e outros parecem passear pela calçada, observando cada loja por que passa, e eu? Ainda esperava a minha vez no dentista. Quantas pessoas diferentes existem, quanta gente feia, dentes tortos, cabelos desgrenhados, roupas horrorosas um olhar fundo e sombrio, mas olha aquela loirinha que linda. Olhar o rosto de cada pessoa que por ali passa e tentar adivinhar os pensamentos que pela cabeça delas ecoam se torna uma tarefa divertida quando se está na fila do dentista. Com as pernas esticadas continuo a observar a rua, e as pessoas não agradam a ideia de ter que desviar dos meus pés que ocupam metade da calçada. Melhor voltar para sala de espera antes que alguém se irrite com a minha folga ou um engraçadinho passe na minha frente. No sofá novamente tento fazer uma leitura labial do dialogo da atriz com o mocinho, mas minha "diversão" foi interrompida por uma simpática senhora, que chega aos berros perguntando por sua dentadura, quanta energia para uma pequena senhorinha, a secretária tenta acalmar em vão a velha que grita sem parar. Pelo amor de Deus! Alguém encontre a dentadura para essa mulher parar de berrar?
Distraí-me tanto com o show á parte da desdentada que um outro rapaz passa na minha frente e corre para ser atendido, a raiva percorreu meu corpo. Se eu fosse fumante correria para a porta e acenderia um cigarro afim de me desestressar, assim como acontece nos filmes que vemos no cinema.
De volta ao interior da irritante sala de espera, me deparo com uma cena no mínimo cômica, um homem entra pela porta, com uma vasilha nas mãos, e oferece bombons aos que ali esperam. Como assim?! Que pessoa comeria um bombom antes de fazer uma visita ao dentista? Seria contraditório não? Afinal o dia que escovamos melhor o nosso dente é aquele quando vamos ao dentista. Pensando nisso, quanta hipocrisia nossa. Caprichar na escovação só para parecer ao doutor que somos “expert” em cuidados dentários.
Um ruído me despertou da minha reflexão, era o barulho da cadeira do paciente indicando que o trabalho com aquele estava pronto e era a hora de receber a próxima vitima, quero dizer paciente. Não entendo as pessoas que acham sentar na cadeira do dentista e abrir a boca uma tortura, ir ao dentista é sim uma tortura, mas ela acontece na pequena salinha que antecede a consulta, a espera.
A secretária faz a seguinte pergunta: Quem é o próximo? Neste mesmo instante perco a noção do lugar onde estou e solto um grave: EU!

Um comentário:

  1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!

    É VERDADE! NINGUEM MERECE A SALINHA DE ESPERA!

    E QUANDO VOU AO DENTISTA ESCOVO OS DENTES UMAS 10X PRA GARANTIR!

    Ly Vaz

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